Como curar a exaustão e Cansaço?
Bom dia, hoje vou falar-vos sobre exaustão e cansaço e como pode levar ao burnout.
Isto vem na sequência de um artigo, para o qual também colaborei, que a revista Sábado publicou esta semana e foi escrito pela Lucília Galha.
Quando li o artigo, vi que a informação que saiu está incompleta, tem algumas partes que não são a minha verdade e a história real como a contei e está tudo certo…O universo está a pedir-me algo com isto que aconteceu. Quando algo não corre como esperado, há que fazer algo de diferente. Em vez de alguém falar por mim, é uma excelente oportunidade de eu contar a minha história pelas minhas palavras e está tudo bem.
Aquilo que eu achei que era importante estar no artigo para chegar às pessoas não ficou lá. Por isso, agradeço à jornalista que me entrevistou, mas quero escrevê-lo então eu, com as minhas palavras, e usando efetivamente as distinções que importam.
Em primeiro lugar, quero dizer-vos que sim, eu já várias vezes me senti bastante cansada. Já cheguei a estados de cansaço e exaustão e que me levaram ao burnout, e tudo isso tem uma lógica e uma justificativa que só pode ser falada se usarmos uma linguagem de 5 corpos. Mas vou-me focar especialmente aqui em 4, quando falar do mapa da exaustão, que vem do Feelings Practitioner.
Sou a Ana Paula Lages Ribeiro, tenho 49 anos agora, estou a descobrir estar mais no meu papel de Mulher, sou a mãe do Pedro e de mais umas almas que não vieram a este mundo.
Sou a fundadora do CuraAmor, o meu projeto mais recente e onde dedico grande parte do meu tempo.
Em 2012, deixei a minha vida profissional “normal”, que era trabalhar em consultoria, porque aconteceu um evento que me fez mudar de vida. E estou super contente por isso. Tenho visto várias pessoas e eu inclusive que quando acontece alguma coisa que nós achamos muito errada ou injusta, ficamos muito zangados, muito tristes, com medo, e só mais tarde percebemos que tudo aquilo aconteceu por uma razão e normalmente por algo maior e que nos leva a lugares e a propósitos mais alinhados com quem somos.
Eu tinha mudado de empresa já com determinado objetivo. Tinham-me convidado para ser diretora comercial e eu disse: “Eu não vou sair desta empresa, onde até estava bem, para ser diretora comercial. Só saio se for para ser sócia, porque já tinha em mim o desejo de ser partner de uma empresa ou de criar a minha própria empresa.”
Fiz um acordo com essa empresa e saí. Nem 4 meses estive lá, porque percebi rapidamente que não tínhamos nada a ver uns com os outros, os nossos valores eram diferentes. E de repente fiquei sem projeto profissional.
Para mim foi um choque, porque até ali a minha vida era só trabalho, era como se eu não existisse para além do trabalho.
Não vou detalhar muito mais esta fase porque o que importa é que, passado algum tempo, criei a minha própria empresa. Na altura foi uma inovação em Portugal, porque não havia nenhuma empresa que fizesse saúde mental online. Essa empresa é a WeCareOn. Ainda existe atualmente, embora já não seja eu a gestora.
Todo esse processo de criação de uma empresa, acho que todos os empreendedores sabem, é desafiante. Especialmente para quem faz essa criação sozinha, como foi o meu caso. Passei da ideia à execução quase toda por mim e isso causou cansaço e exaustão. Havia parceiros, sim, na contabilidade ou tecnologia, mas a criação e a execução eram feitas por mim. A procura por sócios na parte tecnológica também foi um processo exigente. Mas havia sempre uma força interna a fazer-me avançar, porque eu acreditava muito na ideia.
Estive cerca de 10 anos a gerir a empresa, desde a ideia até passar a gestão. Ao mesmo tempo, comecei também o meu processo de desenvolvimento pessoal, porque fui percebendo que havia muita coisa em mim que precisava ser trabalhada.
Uma das descobertas mais importantes na altura aconteceu no meu curso de coaching e PNL.
Percebi que tinha um bloqueio que me impedia de querer ser mãe.
Na minha mente achava que não era para mim. Estava focada no trabalho, nem sequer tinha tempo para pensar nisso. Mas quando olhei para esse tema, percebi que havia algo para curar. Havia emoções para expressar e algo bastante profundo para curar na linhagem feminina. Isso levou-me a decidir então ser mãe.
Isto foi em 2014. A empresa ainda não estava oficialmente aberta, mas já tínhamos psicólogos na equipa, já havia clientes a fazer sessões. E, quando decidi ser mãe, o universo trouxe-me um desafio e mais um processo de cura estava a acontecer: um cancro no colo do útero. Foi um processo duro para mim. O médico que fez o diagnóstico disse-me que eu não poderia ser mãe, que seria necessário retirar o útero.
Mas eu já tinha estrutura interna para perceber que aquilo era uma mensagem do meu corpo.
Passei muitos anos a não querer ser mãe, e quando finalmente decidi sê-lo, o corpo pediu-me para olhar para isso mais fundo.
Trabalhei emocionalmente o processo, encontrei outra médica, e quando fiz a conização, já não havia praticamente nada, como se o HPV tivesse desaparecido. Foi um processo muito belo, com muito cansaço e exaustão emocional, física, energética que me mostrou o quanto as doenças podem ser mensagens do corpo para a cura que está a acontecer.
Mesmo com todo este processo a acontecer, segui com a empresa. Abri oficialmente a WeCareOn enquanto olhava para este tema de ser mãe. E foi um processo exigente, doloroso até, porque conciliava a cura pessoal com a empresa. E como estava tudo preparado para eu ser mãe, lá engravidei em 2017 e o Pedro nasceu em 2018.
Nessa altura a empresa estava a crescer, o Tiago entrou como sócio, e eu continuava num ritmo de trabalho intenso. Mas depois veio o período de maternidade: dois anos e meio praticamente sem dormir. O Pedro mamava constantemente, só adormecia na mama, e eu não tinha descanso o que me levou a um estado de exaustão. De noite mal eu me mexia, ele acordava e só voltava a adormecer colado a mim a mamar.
Foi muito desafiante: gerir uma empresa em crescimento, ser mãe e eu não estar a ser nutrida, sem descanso.
Entrei naquele padrão típico da “mulher guerreira” que já fazia parte de mim: “eu consigo tudo, eu aguento sozinha, não posso mostrar fragilidade”. Era um mecanismo antigo meu, de sobrevivência.
Mesmo sendo coach, mesmo ajudando os outros a cuidarem de si, eu não estava a fazer isso comigo. Continuava a carregar tudo, até que comecei a perder paciência com tudo. Inclusive com o meu filho. Lembro-me de gritar com ele, até de lhe dar palmadas. Para mim isso foi um choque, porque tinha prometido que nunca repetiria o padrão de violência da minha infância. Foi o limite.
Decidi então parar. Percebi que nada era mais importante do que eu, o meu filho e a minha família. Mas eu continuava a inventar desculpas para não parar, “os clientes precisam de mim”, “os profissionais vão ficar sem trabalho”, “não posso fechar a empresa”. Até que já não havia volta a dar.
Falei com uma empresa concorrente e passei a gestão da WeCareOn. Fizemos um acordo e, finalmente, pude parar. Isso foi no final de 2022, e em 2023 fechámos o processo.
Estes dois anos que passaram foram uma bênção. Tempo para me reencontrar, estar mais presente para estar com o meu filho, tomar decisões e aprofundar o meu caminho de cura. Fiz vários cursos para aprofundar a minha cura tais como constelações familiares, leitura de alma, psicogenealogia, descodificação biológica ou medicina germânica, hipnose, trabalho energético, Feelings Practitioner, Possibility Manager, Clube da Raiva entre outros.
Foi aí que aprendi um mapa poderoso sobre a exaustão. A exaustão não está só no corpo físico. Está em todos os corpos.
No corpo físico, eu já não comia bem, não bebia água, não dormia, não fazia exercício.
E no intelectual, a mente estava em loop, sempre a tentar resolver problemas, a pensar demais e chegou a uma fase em que estava sem clareza.
No emocional, não tinha expressado a tristeza e medo do cancro, a dor das perdas gestacionais, a vulnerabilidade da maternidade. Havia culpa, havia luto não feito.
E no energético, eu absorvia densidades de outras pessoas, não me protegia, não cuidava do meu campo. E senti confusão sobre qual era na realidade o meu propósito!
Estava muito ligada à morte.
Tudo isso levou-me à exaustão total.
O que aprendi foi isto:
Quando estás em exaustão, precisas primeiro de parar o corpo físico e o corpo intelectual.
Descansar, não fazer, não pensar em excesso.
E ao mesmo tempo, ativar o corpo emocional e o corpo energético.
Expressar emoções de forma consciente. Conectar com a natureza. Limpar energias.
E depois quando estes 4 corpos estão nutridos e voltam a estar em equilíbrio, o propósito e o corpo espiritual já se pode manifestar novamente.
Foi isso que fiz:
– Nutrir o corpo físico: descansar, dormir bem, comer saudável, o mais orgânico e da época possível ( eu não como carne nem laticínios), mexer o corpo ( faço Biodanza, às vezes Pilates e tive um PT), ouvir o que os órgãos têm para me dizer.
– No corpo intelectual passei a nutrir-me de bons livros, observar os pensamentos e deixar ir, especialmente os que são limitativos ou que te trazem para uma densidade energética ou sentimentos que ainda não curaste, meditar, usar PNL para reprogramar crenças.
– Conexão ao corpo emocional, libertar sentimentos, expressar todas as emoções no momento, trabalhar a raiva, tristeza, medo inconscientes e abrir espaço para a alegria pura.
– Estar presente no corpo energético, observar e transmutar energias, proteger o campo, elevar a vibração. Estar em presença, passear na praia e na natureza e ouvir as mensagens que chegam do universo.
Tudo isto é um processo de coragem. Um processo contínuo. E é esse processo que me permite hoje acordar com vontade, com propósito, com vida.
Se vives cansaço ou exaustão ou mesmo burnout, olha para os teus corpos. Vê qual/quais deles está/estão a pedir nutrição.
Todas as dores pedem cuidado. A exaustão pede que pares e te nutras e atives a energia vital em ti.
Não é normal viver cansada. Não é normal acordar sem vontade do próximo dia. Isso é apenas um reflexo de uma sociedade que não sabe cuidar de si.
Se isto te acontece, caíste na armadilha de viver uma vida que não é a tua. Não vieste cá para viver o que os outros te dizem para viver e que acham normal!
Cada um de nós é responsável pela sua saúde e pelo legado que deixa às próximas gerações.
Queres viver em doença ou em saúde? A escolha é tua.
Eu estou aqui, para te suportar nesse processo de saíres dessa exaustão nos 5 corpos e voltares à tua essência.
Com amor,
Ana Paula
Eu estou por aqui.
Evolução, Transformação, Cura, Amor, Compromisso
